Inadimplência nos condomínios permanece elevada no 1º semestre

Condomínios em Águas Claras / DF - Foto: Atualidade Politica
Condomínios em Águas Claras / DF - Foto: Atualidade Politica

A inadimplência da taxa de condomínio atingiu 10,6% no primeiro semestre, refletindo desafios financeiros enfrentados por moradores e administradoras enquanto aluguéis mostram sinais de recuperação

Em um cenário econômico complexo, o mercado imobiliário brasileiro apresenta tendências divergentes nos índices de inadimplência. Enquanto os condomínios enfrentam desafios persistentes, o setor de aluguéis mostra sinais de melhora, com uma projeção de leve recuo na inadimplência geral de pessoas físicas para outubro de 2024.

De acordo com um levantamento realizado pela Superlógica, plataforma especializada em tecnologia para o mercado imobiliário, a inadimplência nas taxas de condomínio atingiu 10,6% no primeiro semestre de 2024. Embora tenha apresentado uma ligeira queda de 10,9% em janeiro para 10,3% em junho, o índice permanece em um patamar elevado, refletindo as dificuldades financeiras enfrentadas por muitos brasileiros.

Entre os estados, Goiás lidera o ranking de inadimplentes da taxa condominial. A média, no primeiro semestre, ficou em 20,9%, seguido de Mato Grosso (20,3%), Amazonas (15,9%) e Pará (12,9%). Já os menores índices foram registrados em Espírito Santo (7,2%), Paraná (7,8%), Santa Catarina e Mato Grosso do Sul — ambos com 8%. Em São Paulo, a média de inadimplência ficou em 9,5% e, no Rio de Janeiro, 11,4%.

A situação dos condomínios é agravada pelo aumento nas taxas condominiais, que superaram a inflação do período. Enquanto o IPCA registrou alta de 2,48% nos primeiros seis meses do ano, o valor médio das taxas de condomínio cresceu 3,59%, pressionando ainda mais o orçamento dos moradores.

Alugueis

Em contrapartida, o mercado de aluguéis apresenta um quadro mais otimista. A inadimplência no setor atingiu seu menor percentual do ano em agosto de 2024, fechando em 3,12%. Esta queda representa uma redução de 0,74 ponto percentual em relação ao pico observado em fevereiro e abril do mesmo ano.

A melhora no cenário dos aluguéis é atribuída a diversos fatores, incluindo a desaceleração do IGP-M, conhecido como a "inflação do aluguel", que registrou 0,29% em agosto, contra 0,51% no mês anterior. Além disso, políticas públicas eficazes em alguns estados, como Mato Grosso do Sul, têm contribuído para manter as taxas de inadimplência em níveis mais baixos.

Olhando para o futuro próximo, há perspectivas positivas para a economia como um todo. O Instituto Brasileiro de Executivos de Varejo (IBEVAR), em parceria com a FIA Business School, projeta um leve recuo na inadimplência de pessoas físicas para outubro de 2024, estimando uma taxa de 5,53%. Esta projeção é atribuída a fatores como a redução da taxa de desemprego, o aumento do salário mínimo acima da inflação e a queda na taxa básica de juros.

Apesar desses sinais encorajadores, o cenário geral permanece desafiador. O endividamento das famílias brasileiras aumentou em junho de 2024 comparado ao ano anterior, com mais de 72,50 milhões de brasileiros possuindo dívidas ou contas em atraso, representando um aumento de 1,46% em relação a 2023.

Diante deste panorama, especialistas recomendam que síndicos e administradores de condomínios busquem soluções criativas para lidar com a inadimplência, incluindo a busca por fontes alternativas de renda e a implementação de estratégias de conscientização junto aos moradores. Para o mercado de aluguéis, a manutenção de políticas que favoreçam a estabilidade econômica e o emprego será determinante para continuar a tendência de queda na inadimplência.

À medida que o Brasil navega por estas águas econômicas turbulentas, a resiliência do mercado imobiliário e a capacidade de adaptação dos diversos setores serão fundamentais para determinar o rumo da recuperação econômica nos próximos meses.

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