A crescente onda de violência contra síndicos em condomínios tem se tornado uma preocupação cada vez mais presente na sociedade. O que antes poderia começar como uma provocação ou brincadeira, agora evolui para ameaças, perseguições e, em casos extremos, até mesmo assassinatos. Essa triste realidade coloca em destaque a necessidade urgente de discutir medidas para proteger esses profissionais que desempenham um papel crucial na gestão condominial.
Em um dos relatos recentes, uma síndica quase foi agredida após cumprir medidas sanitárias impostas pelo Município, enquanto outro síndico enfrentou a ira de um familiar de um infrator ao registrar um furto no condomínio. Em um caso ainda mais trágico, um síndico foi brutalmente assassinado a tiros nas áreas comuns de um condomínio no interior de São Paulo.
Esses episódios alarmantes refletem uma situação alarmante: a violência cotidiana enfrentada pelos síndicos. Muitas vezes, os conflitos começam com comentários maldosos ou difamações em grupos de WhatsApp, mas podem rapidamente se intensificar, resultando em perseguições e ameaças reais. O presidente da Assosindicos DF, Emerson Tormann, lamenta esses acontecimentos e destaca a necessidade de união entre os síndicos para buscar apoio e medidas mais firmes do Judiciário contra os agressores.
Anderson Machado, advogado condominial, corrobora com essa preocupação, apontando que as responsabilidades dos síndicos os tornam pessoas vulneráveis, especialmente quando exercem a função no mesmo local onde residem. Essa proximidade aumenta o risco de enfrentarem a ira de condôminos insatisfeitos com suas decisões. Infelizmente, ao buscar auxílio em delegacias, os síndicos muitas vezes enfrentam obstáculos e dificuldades para registrar ocorrências, o que pode diminuir sua sensação de segurança.
Diante dessa realidade, é imprescindível que medidas sejam tomadas para garantir a segurança e a integridade física dos síndicos. Uma delas é a conscientização e orientação para que os síndicos não se sintam desencorajados a denunciar qualquer ameaça ou violência que enfrentem. Registrar boletins de ocorrência é uma forma de proteção e de resguardar seus direitos.
Além disso, é fundamental que as autoridades e o sistema judiciário deem atenção e prioridade aos casos envolvendo síndicos agredidos ou ameaçados. O tratamento adequado desses casos pode inibir comportamentos violentos e dar o devido suporte aos profissionais que enfrentam essas situações.
Outra iniciativa importante é promover a união entre os síndicos e a formação de grupos de apoio, onde possam compartilhar experiências, orientações e buscar ajuda mútua em situações difíceis. A solidariedade entre os pares é um poderoso recurso para enfrentar os desafios que surgem na sindicatura e a Assosindicos DF tem colaborado com essas ações.
Flavia Casagrande passou informações valiosíssimas a respeito da perseguição que podem sofrer síndicos e como lidar com essa situação
Recentemente, a síndica e diretora da Assosindicos Mulher Flavia Casagrande compartilhou informações valiosas sobre a perseguição (ou stalking) enfrentada por síndicos, violência da qual ela própria foi vítima, em palestra para síndicos e moradores do Itapoã Parque.
Durante a palestra, Flavia Casagrande enfatizou a necessidade de que os síndicos se mantenham unidos e solidários. Compartilhar experiências e buscar apoio mútuo entre gestores condominiais que exercem essa função pode ser um valioso recurso para enfrentar os desafios e encontrar soluções eficazes.
É fundamental que os condomínios, os moradores e a sociedade em geral entendam a importância do papel do síndico na gestão e manutenção dos condomínios. A colaboração de todos é essencial para criar um ambiente harmonioso e seguro para todos os envolvidos.
Portanto, a violência contra síndicos é um problema sério que precisa ser abordado e combatido em todas as frentes. É dever de todos contribuir para que esses profissionais possam exercer suas funções com tranquilidade e segurança, garantindo o bem-estar de todos os condôminos e a harmonia no convívio em condomínio. Ações preventivas, suporte adequado e conscientização são essenciais para mudar essa realidade e proteger aqueles que se dedicam à administração dos nossos lares em condomínios.