A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) lançou ontem (19/04), o Sistema de Monitoramento de Chuvas Urbanas Intensas (SIMCURB). Desenvolvida em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb) e Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a ferramenta online permite visualizar dados de chuvas registrados em áreas urbanas do DF.
“É um sistema feito por múltiplas mãos, um trabalho interinstitucional e que visa oferecer o serviço à população”, destacou o presidente da Adasa, Raimundo Ribeiro, durante a abertura do evento.
A ideia do Sistema, segundo Ribeiro, é que a partir dos dados coletados, “seja possível se antecipar e oferecer soluções, em caso de chuvas muito extensas”.
Além de toda a diretoria da Agência, composta por Vinicius Benevides, Apolinário Rebelo, Felix Palazzo, Rogério Rosso e o ouvidor, Robinson Cardoso, também participaram do lançamento diversas autoridades do DF, como o presidente da Caesb, Pedro Cardoso; o secretário executivo do Ibram, Thulio Moraes; o professor de engenharia ambiental e civil da UnB, Sérgio Koide; o administrador da Ceilândia, Dilson Resende de Almeida; o administrador de Santa Maria, Josiel França Neto; o administrador de Sobradinho, Diego Rodrigues Matos; o engenheiro sanitarista e ex-presidente da Caesb, Marcos Montenegro; entre outros.
A rede do SIMCURB WEB é composta por 62 estações instaladas em prédios públicos e privados localizados nas 33 regiões administrativas (RA´s) do DF. Os pluviógrafos, responsáveis por medir, de cinco em cinco minutos, dados referentes à precipitação, são operados pela Adasa e instituições parceiras do projeto.
O objetivo é que as informações geradas pelo sistema balizem ações que promovam melhorias na qualidade dos serviços prestados pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap).
“A análise dos dados coletados poderá contribuir para a identificação de problemas como o desempenho inadequado dos sistemas de drenagem de águas pluviais urbanas, precariedades na manutenção da rede e alagamentos decorrentes de chuvas acima da média”, destacou o coordenador do projeto, Luciano Leoi.
Com o registro de séries históricas e aprofundamento dos conhecimentos sobre o regime pluviométrico em áreas urbanas, o coordenador ressalta que o sistema poderá ser utilizado para apoiar órgãos do governo, como a Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, na transmissão de informes e alertas para a população sobre áreas de risco de alagamentos e inundações.
Segundo Leoi, o sistema se originou pela falta de dados na área urbana que demonstrem a intensidade da chuva. “Brasília tem essa característica, enquanto que em uma região chove o dia inteiro, na outra chove num curto período de tempo”, justificou.
“A UNB, por exemplo, teve alagamentos em 1970, 2011 e 2019. De tempos em tempos era invadida pela água”, lembrou o professor da UnB e parceiro no projeto, Sergio Koid.
Além do registro e disponibilidade de informações para análise rápida de dados e tomada de decisão das instituições governamentais, o professor destaca a importância da transparência e publicidade dos dados. “O banco de dados só tem utilidade quando é acessível a todos”, reforça.
Pedro Cardoso, presidente da Caesb, acrescenta “Vamos trazer muita mitigação desses impactos ambientais a partir do momento que o SIMCURB estiver funcionando”, e comemora: “a execução desse sistema vai salvar vidas”.