Carros elétricos em condomínios e as discussões sobre carregamento

Imagem de senivpetro no Freepik
Imagem de senivpetro no Freepik

Sustentáveis e mais econômicos, os carros elétricos ganham cada vez mais mercado. Dados da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) apontam que, no ano passado, este segmento alcançou a marca de 8.500 unidades emplacadas – o que representa um aumento de 197% em relação a 2021. O total da frota eletrificada em circulação no País já está em 126.504 veículos, incluindo automóveis leves híbridos (HEV), híbridos plug-in (PHEV) e totalmente elétricos (BEV).

De fato, as vendas de carros elétricos vêm aumentando. Porém, a infraestrutura de carregamento desse tipo de veículo ainda é um desafio. O Brasil ocupa a 20ª posição no ranking de infraestrutura para carros elétricos, de acordo com a 3ª edição da análise EV Charging, compartilhada pela Roland Berger.

Diante desse cenário, é preciso que haja locais preparados para essa realidade – das vias públicas aos espaços privados, como os condomínios. Inclusive, novos imóveis, sejam eles residenciais, sejam comerciais da cidade de São Paulo, já são obrigados a disponibilizar tomadas de recarga para carros elétricos e híbridos nas garagens, com medição independente de consumo. O projeto de lei nº 01-00346/2017, que altera a Lei n° 16.642 sobre o Código de Obras e Edificações, traz essa determinação e passou a vigorar em 31 de março de 2021.

No entanto, alertam os especialistas, qualquer decisão desse tipo precisa ser discutida em assembleia, ainda mais quando há um custo operacional. Mesmo que o condomínio apresente condições para ter tomadas, mas não queira custear, o morador não pode realizar instalação individual sem permissão.

“Nossas experiências em condomínios apontam que é preciso haver condições equânimes. Chegamos à conclusão de que, mesmo que inicialmente esse tipo de operação tenha um investimento considerável, quando compartilhado, os valores são reduzidos e inúmeros benefícios são gerados para todos os moradores. Em média, uma instalação individual pode custar até três vezes a mais em comparação a instalação coletiva. Além disso, contar com esse projeto de eletrificação pode se tornar um fator decisivo na valorização futura do imóvel, bem como o morador que hoje não utiliza um carro elétrico vai desejar ter a mesma oportunidade e facilidades se fizer essa opção”, afirma José Roberto Graiche Junior, advogado especializado em Direito Imobiliário e vice-presidente do Grupo Graiche.

A demanda alta pode trazer, em um futuro não tão distante, diversas vantagens, como sustentabilidade, eficiência, segurança e economia. Há também instituições bancárias e incentivos fiscais que hoje oferecem linhas de crédito especiais para esse tipo de imóvel. Entretanto, alguns questionamentos começam a surgir frente a demanda e a procura: as tomadas serão coletivas ou individuais? Quem pagará pelo uso da energia? Como funcionam esses pontos de abastecimento nos prédios?

Discussão em assembleia

As reuniões internas servem para discutir e esclarecer alguns pontos fundamentais da questão. Dentre elas, qual empresa será contratada, modelo e quantos pontos serão instalados, regras de uso, e mais. Roberto explica que nos condomínios antigos, por exemplo, para atender aos proprietários dos veículos elétricos, é necessária uma análise técnica para avaliar a instalação de carregadores de acordo com a estrutura do prédio e, só após um projeto detalhado, levar para aprovação em assembleia.

Dúvidas nas instalações

A operação da instalação deve seguir algumas fases, como análise de disponibilidade de potência, realização do projeto elétrico, adequação civil e elétrica, e a instalação dos carregadores.

No mercado, há dois tipos de instalações. A individual, no qual o morador arca com os custos e a instalação em sua vaga, tem consumo registrado diretamente no relógio de luz individual da unidade predial. Lembrando que essa situação é para edifícios mais antigos, que não estão preparados para o abastecimento desses novos carros. “Em condomínios mais modernos, já é possível ligar o carregador direto no relógio do proprietário”, diz Roberto.

Também existe a opção de instalações coletivas – presentes nos novos empreendimentos. Neste caso, os moradores aprovam em assembleia a implantação de um projeto de eletrificação para viabilizar a instalação de tomadas industriais, para ter estações de recarga coletiva. Nesta modalidade, cada usuário terá um cadastro e, ao terminar de abastecer, o custo será enviado para a administradora do condomínio que fará a devida cobrança. A quantidade de tomadas, por sua vez, dependerá da demanda. No início da implementação não se faz necessário vários pontos. Mas, especialistas apontam que, no futuro próximo, o ideal seria cerca de uma estação para dois veículos, no mínimo.

Outras das principais dúvidas com relação à recarga de baterias de carros elétricos em condomínios é o custo, já que o condômino que não possui um veículo desse tipo pode se sentir prejudicado, tendo em mente a ideia de que terá que pagar pela energia utilizada pelo proprietário do automóvel. “Mas não é bem assim. Os sistemas de carregamento possuem tecnologia inteligente que distribui o custo do consumo entre usuários que realmente utilizam o serviço para seus carros”, explica Roberto. Com informações de 33giga

Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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