Indicadores Imobiliários apontam expansão de 14,4% em valores vendidos

Indicadores Imobiliários CBIC

Brasília, 10/11/2022 – A pesquisa Indicadores Imobiliários Nacionais do 3º trimestre de 2022 apontou a expansão de 14,4% em valores vendidos de janeiro a setembro deste ano, em relação ao mesmo período de 2021. De acordo com o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), José Carlos Martins, o dado demonstra o aumento do ticket médio de venda dos imóveis no período, já que o número de unidades vendidas se manteve estável este ano em relação a 2021.

“O aumento do custo dos imóveis mostra que o mercado começou a absorver, no preço, a elevação do custo dos insumos. Isso resultou na redução da venda de imóveis menores e no aumento de imóveis de maior valor”, apontou Martins.

De janeiro a setembro deste ano foram vendidas cerca de 225 mil unidades, o mesmo número dos nove meses do ano passado. Contudo, este ano o mercado movimentou mais de R$ 105 bilhões, já em 2021 o valor geral de venda foi de R$ 92 bilhões, mostrando a expansão de 14,4% no total deste ano. O presidente da Comissão da Indústria Imobiliária da CBIC, Celso Petrucci, destacou que essa elevação se confirma com o aumento no preço dos imóveis no período.

“O ticket médio de lançamentos e vendas aumentou bastante, mas mesmo no preço do imóvel, estamos com uma defasagem de praticamente 2% em relação ao INCC (Índice Nacional do Custo da Construção) acumulado. O que pode demonstrar um equilíbrio entre o INCC e preço aparecendo a partir do quarto trimestre deste ano”, apontou.

O estudo Indicadores Imobiliários Nacionais é realizado desde 2016 pela CBIC e pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional), em parceria com a Brain Inteligência Estratégica. O trabalho foi divulgado em coletiva de imprensa online nesta quinta-feira (10), com os dados coletados e analisados de 199 municípios, incluindo as 27 capitais. Algumas cidades foram avaliadas individualmente ou dentro das respectivas regiões metropolitanas.

Lançamentos



A queda de lançamentos do 3º trimestre de 2022 foi de 17,3%, quando comparado com o mesmo período de 2021. Em relação ao segundo trimestre deste ano, a queda foi menor e chegou a 2,3%. De janeiro a setembro deste ano, a queda acumulada em unidades lançadas foi de 8,5%, em comparação com o ano passado.

Neste trimestre, a região que mais lançou unidades residenciais foi a Sudeste (39.194), entretanto, apresentou 1,2% de queda em relação ao trimestre anterior. A região Sul contou com 11.360 lançamentos e apresentou 9,8% de queda no comparativo com o 2º trimestre. A região Nordeste teve 8.747 unidades lançadas e teve queda de 8,8%. A região Centro-Oeste lançou 4.288 e apresentou queda de 4,5%. A região Norte lançou 3.130 unidades e foi a única a registrar aumento no período (57,6%).

“Com essa elevação do ticket médio, foram lançadas menos unidades, porém, com maior valor. Inclusive, resultando na redução do volume de unidades do Casa Verde Amarela (CVA) e impactando no número de unidades total”, apontou o sócio-fundador da Brain Inteligência Estratégica, Marcos Kahtalian.

Vendas



De janeiro a setembro de 2022 houve estabilidade no volume de unidades vendidas, com elevação de 0,1%, demonstrando a resiliência do mercado. Segundo Martins, o resultado poderia ter sido melhor se o terceiro trimestre tivesse registrado expansão nos lançamentos, o que não ocorreu. O fato impactou o volume de vendas, refletindo no recuo de 2,9% no número de unidades vendidas no 3º trimestre, em relação ao mesmo período do ano anterior.

“É notável a resiliência em unidades vendidas, pois mesmo tendo menos lançamentos, conseguimos manter uma notável estabilidade de unidades vendidas”, disse o presidente da CBIC.

Apenas as regiões Nordeste e Norte apresentaram alta nas vendas neste trimestre em comparação com o período anterior. O Nordeste teve 13.657 vendas e chegou a 11,4% de aumento em relação ao 2º trimestre. O número de unidades vendidas na região Norte foi de 2.339 e representou uma alta de 9,2%. Centro-Oeste teve cerca de 4.469 vendas e queda de 22,6%. Com queda de 4,6%, o Sudeste teve 36.816 unidades vendidas e o Sul chegou a 13.969 vendas e baixa de 9,1%.

A oferta final teve queda de 1,9% no 3º trimestre em comparação ao trimestre anterior. Com o estoque atual, considerando a média de vendas dos últimos 12 meses, a oferta final se esgotaria em 10,2 meses, se não houvesse novos lançamentos.

“Nós continuamos muito bem, o que aconteceu nesse trimestre foi o fenômeno de termos aumentado o volume de dinheiro e de financiamento e não o volume de unidades, exatamente pela incapacidade de muitas famílias poderem adquirir imóveis”, apontou Martins.

Casa Verde e Amarela



O programa habitacional Casa Verde e Amarela registrou queda de 17,6% nas vendas no 3º trimestre de 2022 em relação ao mesmo período de 2021. Nos nove meses do ano, as vendas em 2022 foram 9,3% mais baixas. O CVA representava, no 3º trimestre de 2021, 47% do total de unidades vendidas e neste trimestre chegou a 40% do total.

Os lançamentos do programa caíram 27,9% no 3º trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2021. Foram 22.864 unidades lançadas e representam 34% do total.

Segundo Petrucci, o último trimestre deste ano deve apresentar a reação das mudanças no programa Casa Verde e Amarela. Contudo, destacou, é preciso ponderar os efeitos do período eleitoral e da Copa do Mundo, que acabam afetando o ritmo do mercado.

“Até o mês de setembro ainda não sentimos nos nossos índices uma retomada do programa Casa Verde e Amarela como a gente gostaria. Acredito que a partir deste trimestre vamos começar a perceber essa retomada. Mas também precisamos considerar esses fatores circunstanciais. Então, acreditamos que o último trimestre de 2022 vai apresentar um desempenho mais modesto, mas bastante satisfatório”, apontou.

Geração de emprego na construção

Celso Petrucci lembrou que a construção civil vem crescendo nos últimos oito trimestres e a CBIC revisou o Produto Interno Bruto (PIB) da construção, que deve passar de 3,5% para 6% em 2022. De janeiro a setembro deste ano, o setor gerou um saldo positivo de 283.566 novas vagas com carteira assinada, conforme os dados do Novo Caged, divulgados pelo Ministério do Trabalho.

Assista a coletiva completa pelo link: https://www.youtube.com/watch?v=wA_Ue4Plxx8

Clique aqui e acesse o material apresentado.


MAIS INFORMAÇÕES

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Sobre a CBIC

A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC) tem como objetivo tratar das questões ligadas à indústria da construção e ao mercado imobiliário. A entidade representa institucionalmente o setor e promove a integração da cadeia produtiva da construção em todo o país, contribuindo para o desenvolvimento econômico e social brasileiro. A CBIC atua no fomento e articulação do setor para encaminhar as principais demandas e propostas ao poder público, sempre com o objetivo de estimular o setor produtivo, melhorar o ambiente de negócios e a consequente geração de emprego e renda no país. Saiba mais: www.cbic.org.br.

O evento tem interface com o projeto “Melhorias para Mercado Imobiliário”, da Comissão da Indústria Imobiliária (CII) da CBIC, em correalização com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai Nacional).

Emerson Tormann

Técnico Industrial em Elétrica e Eletrônica, especializado em Tecnologia da Informação e Comunicação. Atualmente, é Editor-Chefe na Atualidade Política Comunicação e Marketing Digital Ltda. Possui ampla experiência como jornalista e diagramador, com registro profissional DRT 10580/DF. https://etormann.tk | https://atualidadepolitica.com.br

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