Investigações no sul do país revelaram esquemas comandados por síndicos de condomínios residenciais.
Investigações no sul do país revelaram esquemas comandados por síndicos de condomínios residenciais. Segundo a polícia, eles planejavam e executavam golpes como falsa venda de apartamentos ou distribuição clandestina de água e gastavam dinheiro dos moradores até em clínicas de estética.
Em Farroupilha, no interior do Rio Grande do Sul, Alexandre da Costa, síndico de um condomínio chamado Alvorada I, acabou preso após ser investigado pela polícia por causa de denúncias dos moradores.
Assim que foi eleito, em 2015, o síndico contratou a empresa da própria esposa para prestar serviços de zeladoria.
"Ele criou uma empresa de zeladoria, de limpeza, e colocou em nome da própria esposa, porém, na prática, era ele quem administrava. Os valores cobrados por ele correspondem a mais de 50% daquilo que o condomínio pagava anteriormente", afirma o delegado Ederson Bilhan.
Outra empresa a serviço do condomínio também era controlada pelo síndico, a de vigilância. Os policiais descobriram que o síndico usava a estrutura do condomínio para monitorar câmeras de outros clientes.
Alexandre também montou um serviço clandestino de fornecimento de água desde que a companhia estatal cortou o fornecimento por falta de pagamento, e cobrava pelo serviço.
Segundo a polícia, o sindico e a esposa acumularam R$ 2 milhões desde que ele assumiu o cargo e, no mínimo, R$ 450 mil é de origem não comprovada.
Repórter: O senhor acha ético colocar a empresa da sua esposa como prestador aqui do condomínio?
Outra empresa a serviço do condomínio também era controlada pelo síndico, a de vigilância. Os policiais descobriram que o síndico usava a estrutura do condomínio para monitorar câmeras de outros clientes.
Alexandre também montou um serviço clandestino de fornecimento de água desde que a companhia estatal cortou o fornecimento por falta de pagamento, e cobrava pelo serviço.
Segundo a polícia, o sindico e a esposa acumularam R$ 2 milhões desde que ele assumiu o cargo e, no mínimo, R$ 450 mil é de origem não comprovada.
Repórter: O senhor acha ético colocar a empresa da sua esposa como prestador aqui do condomínio?
Síndico: Qual o motivo? Tu tá prestando um serviço que qualquer outra empresa estaria prestando.
Repórter: Mas o senhor contratou a sua própria empresa para fazer vigilância no condomínio?
Síndico: Mas você já fez essa pergunta.
Síndico: Mas você já fez essa pergunta.
Repórter: Não, é que antes era zeladoria da empresa da esposa. Agora é a empresa de vigilância. São duas empresas.
Síndico: Sim, é um grupo que envolve outras empresas, né? Eu não presto serviço só para o condomínio. Eu tenho inúmeros clientes.
A polícia também investiga Alexandre por causa de procurações que mais de 100 moradores teriam dado a ele - e que ele usava para aprovar o que queria nas assembleias -, assim como Elvys Flores da Silva, síndico do condomínio vizinho, o Alvorada 2.
Os moradores do Alvorada 2 convocaram uma assembleia para discutir as ações do síndico e contrataram um auditor, que encontrou problemas com as procurações apresentadas pelo síndico para representar moradores ausentes nas votações e assembleias.
"Nesse caso específico, nós temos morto votando. A pessoa tinha falecido há 120 dias e, ainda assim, ela passou procuração", revela Marco Antonio Nunes, o auditor contratado.
O Fantástico procurou o síndico Elvys, que não quis dar entrevista:
"Não tem nada a dizer, porque está sendo investigado. Não tem nada comprovado ainda".
Em um condomínio em Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, a polícia descobriu outro tipo de golpe. A síndica Jacira Machado foi indiciada por estelionato porque vendia apartamentos do condomínio que não eram dela, nem estavam à venda.
A sindica dizia que os imóveis tinham sido entregues pelos proprietários como pagamento de dívidas e pertenceriam, portanto, ao condomínio. E ela - como síndica - estava autorizada a vendê-los.
A síndica usava a conta do condomínio para receber o dinheiro do golpe e, quando os compradores cobravam a entrega das chaves, ela dizia que estava esperando uma autorização judicial. Segundo a polícia, o esquema movimentou R$ 1,5 milhão e causou prejuízo a 50 pessoas.
Em nota, a defesa de Jacira machado afirma que ela "vem cooperando com a investigação e que "aguarda o oferecimento de denúncia por parte do Ministério Público".
Assista na Globoplay a íntegra da reportagem: https://globoplay.globo.com/v/10965869/