Com a ampliação do racionamento, empresários têm sentido no bolso os efeitos da falta d’água. Para se adequar à nova realidade, alguns estabelecimentos fecham as portas nos dias de rodízios, investem em reservatórios e até recorrem a carro-pipa
Quando há cortes no abastecimento, Valéria Charbel não oferece o almoço executivo, o que representa uma queda de 30% no faturamento do dia |
Banhos suspensos para cachorros em pet shops. Restaurantes usando copos descartáveis para evitar louça suja. Salões de beleza dispensando clientes que querem serviços que demandem água, como escovas e tinturas. Empresas investindo em mais caixas-d’água. Esses são alguns exemplos das mudanças de hábitos que o empresariado do Distrito Federal vem fazendo com a ampliação do racionamento. Além da queda de vendas e de serviços, os comerciantes trabalham com a possibilidade de aumento da tarifa de água a partir de junho, deixando os custos operacionais ainda mais altos.
A falta de água uma vez por semana preocupa o setor produtivo. Até então, os cortes expressivos estavam centralizados na agricultura, que teve queda na produção em 2016 para garantir que o recurso chegasse a todos os produtores rurais. Com a ampliação do rodízio para 26 regiões, setores como o da construção civil, do comércio e de serviços passam a ser diretamente atingidos. Na análise das entidades representativas desses segmentos, o racionamento é necessário, mas vai trazer prejuízos, uma vez que muitos empresários terão que fechar as lojas nos dias sem água ou, então, investir em novas tecnologias de consumo em um período de forte recessão econômica. O setor de comércio e serviços, por exemplo, já vem de uma sequência de quedas e registrou índice negativo de 13,38% nas vendas em janeiro.
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