Daniel e João Pedro Michelin de Lima viraram celebridade por bom exemplo
Os irmãos e o síndico seguem amigos e contando boas histórias
Bons exemplos de solidariedade e preocupação com o próximo motivam e propagam clima de otimismo no ar. A família Michelin de Lima, de Caxias do Sul, entende bem disso. Sabe também que não há idade para semear o bem: com três e cinco anos, os irmãos Daniel e João Pedro evitaram o afogamento do síndico do prédio onde moram, Armindo Gargioni, 65, no começo do ano passado. Viraram exemplo para todo o país.
No ímpeto de evitar uma tragédia, a duplinha uniu forças e resgatou o amigo da piscina do condomínio, que havia sofrido um mal súbito. As crianças estavam fora da água. O síndico resolveu dar um mergulho, mas não encontrou forças para sair. Eles notaram a dificuldade de Gargioni e encararam o salvamento. Mesmo sem conseguir ficar em pé na estrutura, com profundidade de 1,5m, Daniel, cinco e João Pedro, sete, ou Maninho e Pepê, como são chamados em casa, ergueram o idoso pelos braços e pela cabeça, levando-o até a beira da piscina.
Em seguida, avisaram adultos do que se passava. Gargioni permaneceu uma semana na UTI, e escapou sem sequelas do acidente.
— Eu estava olhando ele mergulhando e disse: mano, faz tempo que o Mindo tá na piscina. Acho que ele tá mal. Vamos tirar o Mindo da água? — relembra João Pedro.
A história dos meninos poderia ter ficado no anonimato. Quando o pai dos guris, João Paulo de Lima, resolveu exibir a história para a reportagem do Pioneiro, não imaginava que renderia tanta repercussão. Após estamparem a capa da edição de 3 de fevereiro de 2014, as vidas da família dos irmãos e do síndico mudaram. A importância da boa ação dos meninos virou manchete em programas nacionais: ganharam viagem ao Rio de Janeiro e conheceram o Projac da Rede Globo, para conceder entrevista no Bom Dia Brasil, no Mais Você e no Encontro com Fátima Bernardes. Outras emissoras, como a Band e a Record, também gravaram com a família. Gargioni, ou Mindo, como os guris chamam, conversou com Fátima Bernardes por telefone no hospital. No discurso do síndico, sempre aparecia o orgulho em ver o ímpeto de solidariedade dos meninos.
— Eles serão pessoas com caráter, grandes seres humanos. Já são na verdade: se não fosse por eles, eu não estaria aqui —define o síndico, que trabalha com a família há 31 anos.
— Na escola, a profe conta que eles são bem preocupados com os colegas, são bem queridões, solidários. Nos orgulhamos — lembra a mãe, Roberta.
— É uma alegria imensurável saber que serão sempre lembrados por uma coisa boa que fizeram. A história emocionou as pessoas — define o pai João Paulo.
Fonte: Jornal O Pioneiro